VÍDEO-DOCUMENTÁRIO
- Bárbara Oliveira
- 24 de mai. de 2016
- 3 min de leitura
Olá queridos leitores.
Neste post ansiosamente falarei um pouco mais dessa minha saga que é a graduação de jornalismo. Você devem ter notado um sumiço meu por aqui, certo? Dentre tantos motivos a faculdade é, talvez, o mais forte. 5° semestre não é brincadeira, é uma correria só e os projetos vão ficando cada vez mais desafiadores e exigindo um trabalho cada vez menos amador.
Na disciplina de Telejornalismo II foi nos passado a missão de fazer um vídeo-documentário, tema livre. Com todas as etapas, desde a idealização do tema, a ficha de entrevistas a serem feitas, a execução propriamente dita até a edição.
Todas as etapas carregavam consigo seus obstáculos, mesmo um simples preenchimento de ficha pré-documentário. A realização das entrevista foi de um tamanho desafio, extremamente estressante, igualmente perigoso. Explico o porquê:
O tema que escolhemos, sugestão dada pela colega integrante do grupo, foi TRABALHOS NOTURNOS. Uma idealização só! Pensamos o quanto seria honrado mostrar a difícil realidade dos trabalhadores noturnos, as dificuldades e a violência que eles passam.
No decorrer do documentário começamos a nos arrepender do tema. Primeiro precisaríamos do equipamento, leia-se câmera super cara, da faculdade, sendo que a maioria das entrevistas seriam feitas à noite. Depois, mesmo marcando com os entrevistados alguns não iam, outros tínhamos que abordar na hora e ai já viu né? Recebíamos "nãos", tínhamos que aguentar certas ignorâncias, ao mesmo tempo que morríamos de medo de ser assaltadas.
No fim deu tudo certo, entrevistamos os personagens, as autoridades- sempre deve ter autoridades/especialistas no assunto para compor de forma completa- e chega a hora da edição. Esta tarefa me ficou destinada e confesso que me deu um pouco de medo. Somente umas poucas vezes eu mexi com editores de vídeo, nada muito compromissado e completo quanto seria editar todo o nosso trabalho para depois apresentar. Optei pelo programa Camtasia que se mostrou mais eficaz e objetivo, principalmente para cortes, e o resultado, depois de uns mil e um retoques, revisões, mudanças, mais cortes e etc, foi muito satisfatório. Me senti orgulhosa por ter me desafiado dessa maneira.
Agora falemos mais sobre o tema escolhido. No momento em que escolhemos falar sobre esse assunto, tínhamos uma visão diferente do que encontraríamos, e na hora de conversar com as pessoas fomos desconstruídas e nossa percepção mudou, até mesmo o "tom" do documentário foi redirecionado. É importante sabermos que não somos os donos da razão porque vemos o mundo daquela forma. Uma importante lição que eu estou aprendendo nesse semestre é que devemos olhar fora da caixinha, aquilo que vemos pode não ser toda realidade, e foi isso que ocorreu, não enxergamos toda a situação com outros olhos, só o que achamos que era a verdade e por isso o trabalho ficou com outro aspecto.
Pensamos a princípio que falar sobre trabalhos noturnos mostraria a realidade difícil dessas pessoas, as dificuldades que elas passam, com assaltos, com sono, entre outras limitações que o turno contrário traria, não imaginamos encontrar profissionais alegres, divertidos, felizes e satisfeitos com seus trabalhos. No todo isso não prejudicou o trabalho, mas poderia ter arruinado, por isso quando forem escolher um tema para qualquer coisa pensem nos diferentes rumos que ele pode tomar.
Na apresentação desta noite vi trabalhos incríveis e pude enxergar no dos colegas o que poderíamos ter melhorado no nosso. Apesar disso gostei do resultado final, mas além disso gostei especialmente de ter sido desafiada, desconstruída e tirada completamente da zona de conforto. Acredito que esta seja uma decorrência da arte jornalística em si, espero que as próximas experiências tragam sempre consigo um gostinho de orgulho salpicado de "quero mais".
ASSISTA AO NOSSO DOCUMENTÁRIO
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