Let's talk recomenda: Creed nascido para lutar
- Bárbara Oliveira
- 22 de jan. de 2016
- 4 min de leitura
Olá pessoal,
hoje eu vi aqui fazer uma recomendação de filme. Eu não estou tão ativa no que se refere ao cinema, principalmente se levar em conta que estou de férias da faculdade, mas ultimamente não tem saído nada do meu interesse, por isso eu só me desloquei até o shopping para agradar a avidez do Edu em assistir Creed: nascido para lutar, já que ele é o maior fã de Rocky que eu conheço e ele queria muito saber quem tinha ganhado a luta de portas fechadas em Rocky 3.
Eu tenho algumas confissões para fazer: eu não sou nenhuma especialista da franquia Rocky, estou longe disso, na verdade eu assisti só alguns dos filmes, eu não cresci familiarizada com eles, então minha opinião não pode ser a que você espera.
Vamos lá.
Adonis Creed Johnson é o filho (fora do casamento) de Apollo Creed que morreu durante uma luta, depois que perde a mãe e passa por alguns reformatórios, o garoto é adotado pela legítima esposa de Apollo e é criado em um "berço de ouro", mas uma mansão e uma carreira garantida em um escritório qualquer não são o bastante, e ele larga tudo para fazer aquilo que está em seu sangue. Ao longo do filme, motivado por uma questão mais pessoal, a busca pela identidade e um acerto de contas com com o falecido pai, Adonis procura ávidamente se encontrar nos ringues, mas sem que seja lembrado e reconhecido apenas pelo nome que carrega. Mas Johnson precisa de um treinador, e por que não procurar o melhor amigo de seu pai? Por que não ser treinado por Rocky Balboa?

Vemos então como a vida de Balboa ficou com a perda de todos que ele amava, e confesso que fiquei satisfeita em vê-lo sempre bem-humorado e gentil como sempre foi, tocando sua vida e nunca esquecendo daqueles que se foram. Depois de muito insistir ele torna-se o treinador do garoto Adonis, o que nos remete não somente ao legado de seu finado treinador como, pelo que eu ouvi dizer, à falha tentativa de ensinar o verdadeiro boxe à alguém (Rocky 5)
Foi um alívio ver que Creed, apesar das várias referência, e da nostalgia que dá vontade de chorar, não é dependente dos filmes anteriores. Como eu não sou uma entendedora do assunto foi fácil me envolver na trama e me emocionar com todo o drama oferecido.
Apesar de em um primeiro momento você achar que a inserção do garoto nos ringues é forçada, já que os objetivos dele são menos nobres (a principio) do que o do lendário Rocky, você começa a compreendê-lo. Como eu disse anteriormente ele busca a sua identidade e no meio do caminho se depara com assuntos não resolvidos com a família, principalmente com o pai. Mesmo afirmando o tempo todo que não queria ser uma sombra do Doutrinador ele não o desrespeita, mas o culpa pelo abandono. E aqui eu pego um ganho para um dos tópicos mais legais do filme:
O Respeito. O tempo todo nos deparamos com o respeito do jovem com o velho Balboa, a que ele chama de tio, e isso, por algum motivo me chama a atenção e torna todo o legado, construído até aqui, algo realmente significativo e lendário. Em outras palavra este é um spin off com muitas referências mas que ao invés de se apoiar ele se constrói respeitando sua origem.
Sylvester Stallone mereceu o globo de ouro como coadjuvante, por sua atuação emocionante e repensada para a nova fase que seu personagem vive, e por investir no lado cômico que deu muito certo. Michael B. me surpreendeu, apesar de não ser seu primeiro filme com visibilidade(eu não assisti nenhum) é sem dúvida o mais marcante , a atuação dele está incrível.
A representação não é algo que deixamos de lado, nunca é demais termos excelente personagens negros com papeis de destaque como o próprio Creed e a atriz Thessa Thompson como Bianca.
A trilha sonora é sem dúvida uma boa jogada para te fazer revirar na cadeira, uma genial junção de passado com presente.
O único, e não tão relevante, ponto negativo, é o romance jovem meio forçado. Só.
Os vínculos criados, como sempre, amolecem meu coração, nunca o trabalho de equipe foi tão bem ilustrado, essa magia criada a partir da construção de uma família, sem laços de sangue, é nobre e vai ficando forte enquanto a trama se finaliza, nos deixando com lágrimas nos olhos. Já vou logo avisando que vou sim roubar o lema "Se eu luto, você luta". Falando nisso nunca me canso das filosóficas frase de efeito que não sabemos se são de Sylvester ou do Garanhão Italiano, o "Um passo de cada vez" também vai ficar marcado.

Um último aspecto muito importante a ser mencionado, foram as técnicas/planos de filmagem que torna tudo mais dramático e impactante, como os planos fechados nas lutas.
Terminamos um excelente filme com uma sensação de um desfecho honroso. Nos afligimos e comemoramos as descobertas de um jovem que lutou pela honra, pelo nome e pela família.
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