A Arte do Jogo
- Bárbara Oliveira
- 14 de jan. de 2016
- 2 min de leitura
ITEM 29- UM LIVRO DE UM AUTOR QUE VOCÊ NUNCA LEU-DESAFIO CRÔNICA SEM EIRA

A Arte do Jogo, escrito por Chad Harbach, conquistou os críticos dos principais jornais e revistas Estadunidenses, e chegou em 2013 no Brasil pela editora Intrínseca. Eu posso imaginar onde as críticas se baseiam para serem tão positivas, apesar de o livro não ter me cativado, ou agradado. Vou contar mais sobre:
A Arte do Jogo fala sobre o garoto Henry que através de seu exímio taleto no beisebol entra para a faculdade Westish. Henry nunca (ou quase nunca) errava seus arremessos, igualando-se ao recorde de seu maior ídolo Aparicio, isso o colocou na posição de destaque do time e na mira de muitos olheiros, até que Henry erra um arremesso e a bola acerta seu amigo Owen que vai para no hospital, só isso e bastou para o rumo de tudo mudar. O livro é sobre a vida universitária, sobre amadurecimento, sobre como nossas inseguranças podem ser projetadas de tal modo a nos fazer perder o controle de nossas vidas.
A narrativa é dividida em três pontos de vista. O da Pella, filha do reitor da faculdade que acaba de fugir de um casamento que a afundou na depressão, o de Mike, amigo e mentor de Henry, capitão do time de beisebol e o de Affenlight o genial reitor da faculdade que desenvolveu um romance proibido. Todos, inclusive o amigo e colega de quarto de Henry, Owen, estão com suas vidas conectadas, tanto entre si quanto com o beisebol.
O ponto principal do livro são os personagens, eles foram desenvolvidos por Chad de uma forma sofisticada, não muito parecido com o que eu mesma encontrei na faculdade, são todos inteligentes e até geniais, mas todos desenvolvem seus próprios dramas e submergem neles ao longo da história. E eu pude me identificar com os devaneios de todos eles, pelo menos em alguns pontos.
Henry é para mim o mais confuso, comecei a leitura achando ele um doce de pessoa, mas finalizei pensando o quanto ele se tornou um espelho de Mike. Não tendo muita ação acontecendo, resta você se concentrar nos pensamentos e personalidades dos personagens, e isso pode ser muito interessante ou muito irritante (no meu caso).
A narrativa ficou densa logo nas primeiras páginas, o que se tornou uma leitura difícil e arrastada, o final de Henry não me agradou, mas o final de Affenlight foi poético o que me agradou muito já que o personagem em si é poesia e literatura pura. Os erros que os personagens cometem continuam me surpreendendo de uma forma boa nos livros, como neste. Ver alguns personagens amadurecendo também foi legal ao longo do livro, em especial Pella, mas o final passou a impressão de que o autor deslizou nesse quesito, será que foi proposital?
Apesar de tudo, este é o romance de estreia de Chad e me parece uma carreira muito promissora para ele, se ele lançar, ou lançou algum outro livro, eu leria só pelo simples desafio das complexidades dos personagens.
Ah, sobre o beisebol, eu nunca li nada a respeito, até achei divertido, mas não aprendi muito.
Essa é minha opinião sobre o livro, espero que vocês tenham gostado, podem deixar suas opiniões aqui que eu vou adorar saber. Um abraço e até nosso próximo papo literário.
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