Viver um amor offline
- Bárbara Oliveira
- 25 de out. de 2015
- 3 min de leitura

Eu ando me deliciando frequentemente com textos legais que eu tenho lido em alguns blogs, quem sabe depois não compartilho com vocês? Dentre esses textos li um sobre status de relacionamento.
Falava de uma forma bem humorada sobre uma menina que acabou de começar o namoro, o rapaz ainda não havia "assumido" o compromisso no face e ela entrava em desespero a cada minuto que passava. Como sempre eu mergulhei em reflexões.
Eu e o Edu namoramos a alguns (vários) anos, maravilhosos anos, e a internet foi de fato muito importante no processo de nos conhecermos, apesar de termos nos encontrado na escola. Passávamos horas conversando pelo MSN, e nosso papo era incrível, sempre tínhamos assunto. Quando migramos do Orkut para o Facebook (ainda não namorávamos) eu tinha o status de solteira e ele estava em um "relacionamento complicado", eu morri de rir, porque eu tinha certeza que o "complicado" era uma característica minha e da minha dificuldade em cooperar para que aquela amizade "evoluísse".
Pode olhar lá no perfil dele, ainda está escrito a mesma coisa, mesmo depois de comemorarmos um relacionamento sério a tanto tempo, mesmo depois de ele aceitar de bom grado seus amigos dizerem que sou a "patroa" dele, ou nossos amigos perguntarem se já casamos, já até nos convidaram para um casamento duplo. Ele nunca teve nenhuma dificuldade em assumir nossa relação, ou me assumir, como disseram nos comentários do texto.
Sim, as meninas veem o status de relacionamento sério nas redes como uma forma de assumi-las, como uma prova de amor, como gentileza, como respeito, como forma de afugentar a concorrência. E por mais que eu tenha uma filosofia de que independente de quanto tempo durar o importante mesmo é amar, nós sabemos que muitas dessas relações enfeitadas por emoticons não duram, as vezes nem 3 meses.
É incrível a necessidade de ficar postando uma foto dos dois a cada 1 hora, de fazer facebook de casal, de ter a senha um do outro, de escrever declarações, de brigar porque fulano de tal curtiu a foto. Essas atitudes podem se tornar obsessivas, tirarem a privacidade um do outro, a liberdade, e de bônus construir um relacionamento modelo para postar, mas na realidade as coisas podem estar por um fio.
Em momento algum eu senti que o amor era menor ou menos significativo. No começo até queria colocar "em um relacionamento sério" mas não era uma necessidade, nem chegava a ser capricho, até que fomos vivendo nosso relacionamento, conhecendo a família e os amigos um do outro, e em todas as reuniões ele me apresentava carinhosamente como sua namorada, então nunca senti que nosso namoro não fosse reconhecido. Vivemos momentos lindos e inesquecíveis, e quer saber? Mais da metade ficamos offline, alguns até tirávamos fotos para postar, mas as vezes os sorrisos, as risadas e os olhares tomavam tanto nosso tempo e nossos corações que ninguém nem lembrava de internet. Talvez seja porque se eu pedisse, ele gritaria do topo do mundo que me amava, mas eu prefiro ouvir como um sussurro no meu ouvido, ou olhando fundo nos meus olhos. Aprendi também que os longos textos com fotos que eu escrevia para ele no face não eram tão significativos como quando eu seguro na mão dele e digo que ele é tudo.
É preciso viver uma vida mais leve, as vezes estamos no celular postando selfie e dizendo que estamos com fulano e felizes mas ele ta ali do seu lado querendo um longo beijo e um abraço, e você ai brincando de ser feliz para os outros e deixando de viver a real felicidade. Quem sabe mais pessoas descobrem que um abraço vale mais que uma curtida.
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