Explorando o filme Dirty Dancing
- Bárbara Oliveira
- 21 de jun. de 2015
- 4 min de leitura
Atenção pode conter spoilers
A algumas semanas atrás, depois de 18 anos, eu finalmente escolhi o meu filme favorito. Foi em uma epifania, bem de repente, apesar de eu assisti-lo todos os anos na Seção da Tarde. Não me lembro bem do porque está pensando nesse filme, só me lembro de ter chegado a uma conclusão sobre ele e logo em seguida pesquisar se outras pessoas também poderia pensar de forma parecida. E quero dividir isso com vocês, deixando bem claro que é a minha visão.
Dirty Dancing (Ritmo Quente) é um filme que conquistou muitos fãns, o que te atrai a princípio são as danças, o romance e a trilha sonora (que me ajudará a escrever este post). Mas ele vai além, ele é um pouco mais profundo e quer dizer muito mais do que isso.
Dirty Dancing é um filme evoluído para sua época (1987) e trata de assuntos muito importantes, o enredo pode até parece que é só sobre as dificuldade em um romance entre uma garota mais nova de classe alta e um cara mais velho e pobre, e que eles acabam superando tudo através da dança. Mas não é, e eu vou te mostrar.

Baby
É importante falarmos sobre essa personagem pois ela move o filme do inicio ao fim. Frances (Jennifer Grey) ou Baby como todos a chamam começa o filme passando a impressão de que é só mais uma menina insegura e frágil que possivelmente irá se descobrir na dança. Engano seu meu amigo. Baby é uma garota de 17 anos muito corajosa, segura, inteligente e muito curiosa.
Você sabe que a história se passa em um hotel em que Baby e sua família estão passando as férias, esse hotel dispõe de várias atrações para os hospedes e uma dessas atrações são os dançarinos Johnny (Patrick Swayze) e Penny (Cynthia Rhodes). E essa dançarina fica grávida de um garçom que nega o envolvimento com ela. O filme se desenvolve quando Baby resolve ajudá-la, sem ter nenhum vínculo com ela ou ganhar nada em troca.
Penny resolve fazer um aborto, porque ela se sustenta da dança, Johnny até chega a sugerir que ele sustente os dois, mas ambos sabem que o dinheiro não seria suficiente.
Baby ajuda com dinheiro e ainda aprende a dançar para substituir a parceira de Johnny em uma apresentação. (Segura ai que depois falo dessa apresentação)
É importante observamos que as mulheres nesse filme reúnem suas forças para apoiar e ajudar umas as outras,
Sim, o aborto é um assunto tocado "levemente" no filme, é retratado principalmente os perigos que a mulher corre ao tentar fazer o procedimento clandestinamente pois Penny é atendida por um "açougueiro" que usa uma faca de cerra e uma mesa dobrável. O quadro dela se agrava e Baby chama seu pai que é médico para salvá-la, mesmo sabendo que seria repreendida e duramente criticada por ele.
Durante os ensaios e durante a apresentação Baby se mostra muito dedicada e segura, não se deixando abater pela falta de paciência de Johnny nem pelos erros no palco. Ela responde muito bem por si e ainda consegue dar a volta por cima de seus próprios erros.
A paixão que ela sente pelo atraente dançarino é evidente assim que ela o vê, e ao contrário das demais meninas, como sua irmã, ela não espera cantadas do rapaz, ela mesma toma iniciativa se declara e salta por cima dos esteriótipos e dos medos que muitas garotas da idade dela sentem. Isso é uma das coisas representadas na primeira vez dela e de Johnny, que também parte da iniciativa dela, uma cena muito envolvente por sinal.

Outra façanha que Baby consegue nesse pequeno verão é as mudanças que ela provoca no personagem de Patrick, no inicio ele se mostra um rapaz grosso e retraído que se sente intimidado pelos ricos . Mas o contato com as ações, o otimismo e a coragem da garota o fazem se tornar uma pessoa mais receptiva e ele toma coragem para lutar, através da dança, por aquilo que ele quer, a Baby é claro.
Mais do que merecido Baby é exaltada como a heroína de Johnny, na cena linda e muito bem coreografada da dança final, com um salto ele a ergue em seus braços e depois canta junto com a música olhando em seus olhos (And I owe it all to you) E EU DEVO TUDO ISSO À VOCÊ. E também tem a música super romântica que Patrick canta no filme que eu só posso atribuir a ela:
She's like the wind/ Ela é como o vento
Ela é como o vento através da minha árvore
Ela trilha a noite perto de mim
Ela me guia ao longo do luar
Só pra queimar-me com o sol
Ela está roubando meu coração
Mas ela não sabe o que me faz
Link: http://www.vagalume.com.br/patrick-swayze/shes-like-the-wind-traducao.html#ixzz3dWZ2jj9i
Claro que não podemos esquecer do famoso bordão que ele usa e já diz tudo:"Ninguém deixa a Baby no canto"
Além disso tuudo, a personagem também é uma fofa e engraçada, com uma beleza natural e alheia a possíveis constrangimentos. Mais uma vez eu observei uma personalidade feminina poderosa no cinema, só que ela é muito mais alcançável e real do que a Imperatriz Furiosa que eu falei em outro post.
Nossa, ainda existem tantas cenas a serem destrinchadas para te mostrar mais sobre assuntos de preconceito, comportamento e feminismo. Como a lição de que as aparências enganam, que é mostrada na cena da velhinha que rouba carteiras. Mas ai ficaria um post muito maior que este.
Enfim, essa fórmula de um filme "feminino" com assuntos muito a frente de sua época somada à uma trilha sonora ótima, uma dança que te contagia e um romance lindo resultaram no meu filme favorito. Claro que isso pode mudar :)
Mas e você, também vê Dirty Dancing desse jeito? Qual seu filme favorito? Pode me contar tudo aqui nos comentários...
Obs: imagens tiradas da internet
Comentários